Divulgação das atividades da Biblioteca da Escola Básica Dr. Afonso Rodrigues Pereira (do Agrupamento de Escolas da Lourinhã).

19 outubro 2009

Olá, chamo-me Hundertwasser...

Algures, Outubro de 2009

Queridos alunos do Agrupamento de Escolas e Jardins-de-Infância D. Inês de Castro,

Chamo-me Friedrich Stowasser e nasci em Viena de Áustria a 15 de Dezembro de 1928. Faleci já com setenta e dois anos de idade no dia 19 de Fevereiro de 2000. Não morri em terra, morri no mar, estava a bordo do navio RMS Queen Elizabeth 2, no oceano Pacífico, próximo da Nova Zelândia, local onde passei parte da minha vida.

Quando tinha vinte e um anos, adoptei um nome artístico pelo qual passei a ser conhecido, Hundertwasser. Mais tarde, alguns passaram a chamar-me o “Pintor Rei das Cinco Peles”. Se quiserem saber um pouco mais sobre o porquê deste nome, consultem a minha apresentação, onde disponibilizo informação extra para os mais curiosos…

Na minha juventude estive inscrito na Academia de Belas Artes da minha terra, mas apenas frequentei aquela escola durante três meses, tinha horror a tudo o que era teoria. Posso dizer que fui um artista com muitos talentos…

As minhas áreas de maior interesse eram a pintura e a arquitectura. Toda a minha obra artística reflecte a minha visão do mundo, o meu lado ambientalista e pacifista, a natureza está presente no meu trabalho.


Sempre tive horror às linhas rectas, contrariamente a espiral sempre teve um valor muito simbólico para mim. É o ponto de partida para o infinito…

Desde cedo comecei a pintar de uma forma naif. Conhecem esta palavra?
Arte naif, também chamada de arte primitiva moderna, é todo o tipo de arte que é produzida por artistas sem formação académica, ou seja, sem estudos, o que não significa que não sejamos tão bons como os que frequentaram uma escola, somos apenas mais puros, sem a obrigação de respeitar determinadas regras… Desenhamos, esculpimos, representamos a perspectiva sem a preocupação de cumprir com o que é formalmente correcto, seguimos apenas o nosso instinto, a nossa vontade. Brincamos com padrões, cores fortes, jogos de linhas…

Junto a esta carta envio também alguns postais, reproduções ou fotografias do meu trabalho. Gostava que os observassem para que por momentos pudessem ser um pouco Eu, para realizarem um desafio que vos quero propor mais adiante…

Como arquitecto, também auto-didacta, posso dizer que fui uma grande influência na arquitectura orgânica moderna. Passo a explicar… O modernismo surgiu na primeira metade do séc. XX, veio renovar o que se fazia até então nas artes plásticas, literatura, design. Na arquitectura orgânica defendia-se que as casas deviam ser construídas de forma a responder às necessidades dos seus habitantes, respeitando e integrando sempre a natureza. As casas que desenhei e construí tinham alinhamentos irregulares, as cores eram coloridas e as linhas eram ondulantes. Não tem nada a ver com as casas que existem nas vossas aldeias ou na vossa cidade... Os telhados não existiam, foram substituídos por jardins. “A natureza livre deve crescer por todo o lado onde cai neve e chuva. Lá, onde tudo é branco no Inverno, tudo deve ficar verde no Verão. Aquilo que é paralelo ao céu pertence à natureza (…)” como tudo o que é vertical pertence ao homem. Disse muitas vezes a seguinte frase: “enfeita a teu gosto e tão longe quanto o teu braço alcance, a tua janela ou a tua fachada exterior”, é um direito que tens! Considero que fui um “médico da arquitectura”!





Por uma questão de identidade nacional criei uma série de projectos para o meu país, desenhei selos, postais, moedas, cartões telefónicos, matrículas…

Em 1974 inaugurei os primeiros de muitos cartazes a favor da protecção ambiental, uma luta que se manteve durante muitos anos.

Fui feliz, porque sempre vivi em função dos meus princípios e lutei por tudo aquilo em que acreditava.

Espero que todos os que leram esta carta também o sejam!


Hundertwasser

DESAFIO
REGULAMENTO DA ACTIVIDADE


- Inscreve-te até ao dia 23 de Outubro de 2009 na Biblioteca da tua escola.
Este desafio está aberto a todos os alunos.
Só será aceite um único projecto por cada aluno.

- No momento da inscrição pede a folha onde vais realizar o teu trabalho.
Essa folha tem fotocopiado um selo em branco…

- Aceita o desafio e cria o desenho para um selo cujo tema é o Outono.

- Deves fazê-lo tendo em conta as características do meu trabalho…
Observa as imagens que disponibilizo aqui .
- Uso linhas curvas e/ou espirais;
- Uso cores fortes;
- Represento as copas das árvores com linhas curvas fechadas, umas dentro das outras ou com espirais;
- Divido muito todos os espaços, não existem muitas áreas amplas e pintadas com uma única cor;
- Represento a figura humana, com cabeças redondas e olhos amendoados.

- Deves usar canetas de feltro e se quiseres também podes misturar lápis de cor.
Não deves sobrepor a tinta das canetas para não borrares o teu trabalho.
Caso queiras podes no final utilizar uma caneta de contorno preta para realçares alguns pormenores.

- Quando tiveres o teu trabalho acabado recorta com muito jeitinho o selo.

- Identifica-o na parte de trás com o teu nome, número e turma.

- Entrega-o na Biblioteca até ao dia 30 de Outubro de 2009.

- Todos os trabalhos serão expostos nesse espaço a partir de dia 3 de Novembro e sujeitos à votação de um júri.
Serão também divulgados no blogue da BE/CRE.

10º - O vencedor receberá uma lembrança.



Estou ansioso por ver o trabalho dos artistas desta escola. Arregaça as mangas e mãos à obra!


Hundertwasser
 

Copyright © 2010 palavras que se derretem na boca... | PSD Design by Amuki